Todo dia é Ashura, toda terra é Karbala: a construção do território islâmico na cidade de São Paulo

Nesta pesquisa foi analisado um ritual religioso com particularidades relevantes ao campo da ciência geográfica. A investigação procurou compreender como o Sagrado se manifesta em seu território, considerando a particularidade do objeto de pesquisa. A partir do aprofundamento conceitual em tela, as perspectivas acerca da acepção de território, apoiadas em um embasamento sócio-antropológico, buscam descrever, analisar e classificar, dentro da Geografia Humana, especificamente da Geografia Cultural Renovada, uma performance ritualística cultural e religiosa de grande expressividade demográfica e ainda pouco divulgada. Portanto, o conhecimento deste ritual islâmico agrega, de maneira abrangente e oportuna, novas possibilidades de interpretar o lugar e o território, ampliando seu significado e propondo novas formas de apropriação dos conceitos, ultrapassando assim, o recorte espacial da pesquisa, a cidade de São Paulo, e adentrando na subjetividade com a territorialidade móvel através da Terra Imaginalis. Os geossímbolos exponenciados em sua representatividade como alicerce e estandarte de um aparato ideológico, ganham nesta pesquisa, foco e relevância. Através dessa nova construção territorial observam-se novos desdobramentos de grande impacto social, como as construções de novas identidades e a manutenção de uma comunidade oriunda de uma grande massa migratória pós 1880, e que hoje, compõe a sociedade brasileira em contínuo processo de assimilação. Para um maior aprofundamento da prática religiosa da comunidade islâmica analisada, fez-se necessário e adequado o método etnográfico de coleta e análise de dados. Dessa forma o material audiovisual e fotográfico coletado serviram de substrato para um melhor embasamento da pesquisa bibliográfica. As conclusões parciais observadas até então, nos induzem à continuidade da pesquisa e á constatação inequívoca da plasticidade profícua e necessária às ciências humanas em geral, e especificamente, à Geografia Cultural, visto que as possibilidades de reinterpretar os conceitos geográficos á luz dos fenômenos religiosos são infinitas

A religious ritual with relevant characteristics to the field of geographical science in this study was analyzed. The research sought to understand how the Holy manifests itself in their territoriality, considering the particularities of the research object. From the conceptual deepening on screen, the outlook on the meaning of territory, supported by a socio-anthropological basis, seek to describe, analyze and classify within the Human Geography, specifically the renewed Cultural Geography, cultural and religious ritualistic performance of large demographic expressiveness and still little known. Therefore, the knowledge of Islamic ritual adds in a comprehensive and timely manner, new possibilities of interpreting the place and the territory, extending its meaning and proposing new forms of appropriation of concepts, thus overcoming the spatial area of research, the city of São Paulo, and into the subjectivity with the mobile territoriality through the Earth Imaginalis. The geossímbolos demonstrated in its representation as foundation and standard of an ideological apparatus, earn in this research, focus and relevance. Through this new territorial construction are observed new developments of great social impact, such as the construction of new identities and the maintenance of a community coming from a great mass migration after 1880, and that today makes up the Brazilian society in a continuous process of assimilation. For further development of the Islamic religious community practice analyzed, it was necessary and appropriate the ethnographic method of data collection and analysis. Thus the audiovisual and photographic material collected served as the foundation for a better basis of literature. Partial findings observed until then, lead us to continued research and will clear finding of plasticity fruitful and necessary to the human sciences in general, and specifically to Cultural Geography, since the possibilities of reinterpreting the geographical concepts in the light of religious phenomena are endless