Correlação entre a espessura da parede vesical e os achados urodinâmicos em pacientes com lesão medular traumática. Avaliação da influência das alterações morfológicas da bexiga nos resultados da injeção de toxina botulínica tipo-A no detrusor


Autoria(s): José Ailton Fernandes Silva
Contribuinte(s)

Roberto Alves Lourenço

Fabrício Borges Carrerette

Marco Antonio Quesada Ribeiro Fortes

Ronaldo Damião

Celso Mario Costa Lara

José Carlos Cezar Ibanhez Truzzi

Data(s)

08/04/2013

Resumo

Medir a espessura da parede vesical (EPV) através da ultrassonografia, correlacioná-la com os parâmetros urodinâmicos e avaliar o papel destes parâmetros para lesão do trato urinário superior. Avaliar também o papel das alterações da forma da bexiga nos resultados de injeção de toxina botulínica tipo-A (BTX-A) no detrusor em pacientes com lesão medular traumática (LMT). Trata-se de dois estudos. O primeiro é um estudo transversal de 272 pacientes com LMT submetidos à ultrassonografia renal e de bexiga e estudo urodinâmico. A parede anterior da bexiga foi medida e comparada com os dados urodinâmicos. A cistografia foi realizada em 57 pacientes. O segundo foi um estudo prospectivo avaliando os resultados da injeção de BTX-A no detrusor em 27 pacientes considerando os achados urodinâmicos (pré e pós procedimento) e as deformidades da bexiga (cistografia). A média da EPV foi de 3,94 mm e foi estatisticamente maior em pacientes com hiperatividade detrusora neurogênica associada à dissinergia vesicoesfincteriana (HDN/DVE), em comparação com aqueles sem DVE (p<0,001). Essa média também foi maior em pacientes com complacência < 20 mL/cmH2O, comparada aos pacientes com complacência ≥ 20 mL/cmH2O (p<0,001). A média da pressão detrusora máxima (Pdet Max) foi estatisticamente maior nos pacientes com refluxo vesicoureteral (RVU) em comparação com aqueles sem RVU (100,7 vs 61,2 cmH2O respectivamente, p=0,022). Pacientes com complacência < 20 mL/cmH2O apresentaram prevalência de hidronefrose 4,2 vezes maior, comparada aos pacientes com complacência ≥ 20 mL/cmH2O. Não houve associação estatística entre EPV e hidronefrose ou RVU. Vinte e sete pacientes foram submetidos à injeção de BTX-A no detrusor. A média de tempo de continência urinária foi de 8 meses. Nove pacientes (33,3%) tinham forma vesical alterada e 8 casos (29,6%) tinham divertículos. A capacidade cistométrica máxima, Pdet max, volume reflexo e complacência não apresentaram diferença significativa na presença de divertículos ou alteração da forma. O aumento da EPV está associado à complacência < 20 mL/cmH2O e HDN/DVE em pacientes com LMT. No entanto, não houve relação entre a EPV e hidronefrose ou RVU. Baixa complacência e HDN/DVE são os principais fatores de risco para dano ao trato urinário superior. A presença de divertículos ou alteração da forma vesical não influenciou nos resultados após injeção de BTX-A no detrusor.

To investigate the ultrasonographic bladder wall thickness (BWT), urodynamic parameters and evaluate the role of such measurements for the upper and lower urinary tract deterioration and also assess the role of changes in bladder shape in the outcome of botulinum toxin type A (BTX-A) into the detrusor in patients with spinal cord injury (SCI). There are two studies. First study was a cross-sectional study involving two hundred and seventy two patients with SCI who underwent renal and bladder ultrasonography and urodynamic evaluation. The anterior bladder wall was measured and compared to urodynamic data. Cystography was done in 57 patients. The second was a prospective study about injection of BTX-A into the detrusor performed in 27 patients considering urodynamic parameters and cystography findings. Mean BWT was 3.94 mm. BWT was statistically higher in patients with neurogenic detrusor overactivity associated to detrusor sphincter dyssynergia (NDO/DSD) and in those with compliance < 20 mL/cmH2O. Patients with low compliance (< 20 mL/cmH2O), had 4.2 times higher prevalence of hydronephrosis, compared to patients with compliance ≥ 20 mL/cmH2O. Mean of Pdet max was statistically higher in patients with vesicoureteral reflux (VUR) compared to those without (100.7 vs 61.2 cmH2O respectively, p=0.022). There was no statistical association between BWT and hydronephrosis or VUR. Twenty seven patients underwent injection of BTX-A into the detrusor. The average time of urinary continence was 8 months. Nine patients (33.3%) had altered bladder shape and 8 cases (29.6%) had diverticula. The maximum cystometric capacity, NDO, reflex volume and compliance showed no statistically significant difference in the presence of diverticula or altered bladder shape. Increased BWT is associated with low compliance and NDO/DSD in patients with SCI. However, there was no relationship between BWT and hydronephrosis or VUR. Low compliance and NDO/DSD are the main risk factors for the upper urinary tract damage. The presence of diverticula or changes in bladder shape did not influence the results after injection of BTX-A into the detrusor.

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Identificador

http://www.bdtd.uerj.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=9292

Idioma(s)

pt

Publicador

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ

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Palavras-Chave #Disfunção do trato urinário inferior #Lesão medular traumática #Toxina botulínica tipo-A #Ultrassonografia #Urodinâmica #Neurogenic lower urinary tract dysfunction #Urodynamics #Ultrasound #Bladder wall thickness #Spinal cord injury #Botulinum toxin type-A #MEDICINA
Tipo

Eletronic Thesis or Dissertation

Tese ou Dissertação Eletrônica