Avaliação da resposta imune de neonatos não infectados pelo HIV-1 nascidos de gestantes soropositivas


Autoria(s): Joana Hygino da Silva Machado
Contribuinte(s)

Lucimar Gonçalves Milagres

Arnaldo Feitosa Braga de Andrade

Cleonice Alves de Melo Bento

Landi Veivi Guillermo Costilla

Elisabeth Santos Maximiano

Data(s)

07/08/2009

Resumo

A síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), causada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), é uma das mais destrutivas epidemias do mundo, e a infecção pelo HIV em mulheres jovens vem aumentando rapidamente nos dias atuais. Esse fato tem um impacto importante na transmissão vertical do vírus. Apesar da grande maioria dos casos de aids pediátrica em todo mundo resultar da transmissão vertical, aproximadamente dois terços das crianças expostas ao HIV durante a vida fetal não são infectadas pelo vírus. Muitos trabalhos sugerem que durante a gestação doenças infecciosas maternas podem ter consequências complexas para o desenvolvimento do feto, e poucos trabalhos têm explorado o impacto da exposição ao HIV sobre a responsividade imunológica de crianças não infectadas a diferentes estímulos, particularmente na era das drogas antirretrovirais. Portanto, esse trabalho teve como objetivo avaliar eventos imunes em neonatos não-infectados expostos ao HIV-1 nascidos de gestantes que controlam (G1) ou não (G2) a carga viral plasmática, usando neonatos não expostos como controle. Para tanto, sangue do cordão umbilical de cada neonato foi coletado, plasma e células mononucleares foram separados e a linfoproliferação e o perfil de citocinas foram avaliados. Os resultados demonstraram que a linfoproliferação in vitro induzido por ativadores policlonais foi maior nos neonatos do G2. Entretanto, nenhuma cultura de célula respondeu a um conjunto de peptídeos sintéticos do envelope do HIV-1. A dosagem de citocinas no plasma e nos sobrenadantes das culturas ativadas policlonalmente demonstrou que, enquanto a IL-4 e IL-10 foram as citocinas dominantes produzidas nos grupos G1 e controle, a secreção de IFN-γ, IL-1, Il-6, IL-17 e TNF-α foi significativamente superior nos neonatos G2. Níveis sistêmicos de IL-10 observados dentre os neonatos G1 foram maiores naqueles nascidos de mães tratadas com drogas inibidoras da transcriptase reversa do vírus. Por outro lado, níveis superiores de citocinas inflamatórias foram observados dentre estes nascidos de gestantes tratadas com terapia antirretroviral de alta eficácia. Em resumo, nossos resultados indicam uma responsividade imune alterada em neonatos expostos in utero ao HIV-1 e reforça o papel do tratamento materno anti-viral com drogas menos potentes em atenuar tais distúrbios.

The acquired immunodeficiency syndrome (AIDS), caused by human immunodeficiency virus (HIV), is one the most destructive epidemic in the world, and the HIV-infection in young women has been increasing fast in the recent times. This fact has an important impact on vertical virus transmission. Although the great majority of the pediatric AIDS cases all over the world results from vertical transmission, approximately two thirds of the children exposed to the HIV during the fetal life are not infected by the virus. Many works suggest that during pregnancy, maternal infectious diseases could have complex consequences to the fetus development, and few works have explored the impact of HIV exposition on immunological responsiveness of uninfected children to different stimuli, particularly in the era of the anti-retroviral drugs. Therefore, this work aimed to evaluate immune events in HIV-1-exposed uninfected neonates born from pregnant women who controlled (G1) or not (G2) the plasma viral load, using unexposed neonates as control. Cord blood from each neonate was collected, plasma and mononuclear cells were separated and the lymphoproliferation and cytokine pattern were evaluated. The results demonstrated that the in vitro lymphoproliferation induced by polyclonal activators was higher in the G2 neonates. Nevertheless, no cell culture responded to poll synthetic HIV-1 envelope peptides. The cytokine dosage in the plasma and supernatants of polyclonally-activated cultures demonstrated that, while IL-4 and IL-10 were the dominant cytokines produced in G1 and control groups, the secretion of IFN-γ, IL-1, Il-6, IL-17 and TNF-α was significantly higher in G2 neonates. Systemic levels of IL-10 observed among the G1 neonates were higher in those born from mothers treated with viral transcriptase reverse inhibitors drugs. On the other hand, higher levels of inflammatory cytokines were observed among them born from pregnant women treated with highly active anti-retroviral therapy. In summary, our results indicate an altered immune responsiveness in neonates exposed in utero to HIV and support the role of maternal anti-viral treatment with less potent drugs to attenuate it.

Formato

PDF

Identificador

http://www.bdtd.uerj.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=7982

Idioma(s)

pt

Publicador

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ

Direitos

Liberar o conteúdo dos arquivos para acesso público

Palavras-Chave #HIV-1 #Aids #Neonatos #Anti-retroviral #Linfoproliferação #Citocinas #HIV-1 #AIDS #Neonates #Anti-retroviral #Lymphoproliferation #Cytokine #IMUNOLOGIA #HIV-1 #HIV (Vírus) Teses #Infecções por HIV Teses #AIDS (Doença) Teses #Agentes antirretrovirais - Teses #Citocinas Teses
Tipo

Eletronic Thesis or Dissertation

Tese ou Dissertação Eletrônica