Influência das alterações imunes em gestantes infectadas pelo HIV-1 no perfil funcional das células T de neonatos não infectados


Autoria(s): Joana Hygino da Silva Machado
Contribuinte(s)

Raphael Hirata Júnior

Arnaldo Feitosa Braga de Andrade

Cleonice Alves de Melo Bento

Roberta Olmo Pinheiro

Landi Veivi Guillermo Costilla

Daniel Augusto Gonçalves Tavares

Mariza Gonçalves Morgado

Data(s)

19/08/2013

Resumo

O número de mulheres jovens infectadas pelo HIV-1 vem crescendo desde o início da epidemia da aids, principalmente nos países em desenvolvimento, onde a frequência de gravidez é elevada. O desenvolvimento de estratégias para evitar a transmissão vertical tem aumentado o número de recém-nascidos não infectados nascidos de gestantes portadora do vírus. O objetivo da presente tese foi avaliar, in vivo e in vitro, o perfil de citocinas de neonatos não infectados, porém nascidos de mulheres infectadas pelo HIV-1. Os resultados demonstraram elevados níveis de citocinas pró-inflamatórias relacionadas ao fenótipo Th17, associadas à baixa produção de IL-10, tanto nos plasmas quanto nos sobrenadantes das culturas de células T ativadas obtidas do sangue do cordão umbilical de neonatos nascidos de gestantes infectadas pelo HIV-1 com cargas virais plasmáticas(PVL) detectáveis. De modo interessante, um perfil similar pró-inflamatório foi observado em amostras de sangue periférico de suas respectivas mães. Por outro lado, níveis elevados de IL-10, associados à reduzida produção de citocinas inflamatórias, foram dosados no sangue e nos sobrenadantes das culturas de células T ativadas de gestantes que controlavam a PVL, assim como de seus neonatos. Com relação à caracterização fenotípica das células T maternas produtoras de IL-10, a análise por citometria de fluxo demonstrou que essa citocina é majoritariamente produzida por células T CD4+Foxp3-. Curiosamente, a replicação viral in vitro do HIV-1 foi inferior nas culturas das gestantes infectadas pelo HIV-1 e foi relacionada aos efeitos inibitórios da IL-10 sobre a produção de TNF-α. Por fim, os neonatos não infectados expostosin utero à terapia antirretroviral (ART) apresentaram um menor peso ao nascer, e este achado foi inversamente correlacionado com os níveis periféricos maternos de TNF-α. Em conclusão, nossos achados sugerem que gestantes que conseguem controlar a PVL, e o incremento na produção de IL-10 materna possam favorecer a expansão das células Tr-1, as quais podem auxiliar em reduzir o risco de transmissão vertical do HIV-1 por reduzir a taxa de replicação viral. Por outro lado, outros resultados também apresentados aqui, apesar de preliminares, revelaram efeitos adversos da replicação viral e da ART em gestantes infectadas pelo HIV-1 no desenvolvimento funcional das células T de neonatos não infectados. Esses dados podem ajudar a explicar por que algumas dessas crianças apresentam elevado risco à morbidade e mortalidade devido a um estado basal de hipersensibilidade patológica.

The number of HIV-1-infected young women has been increasing since the beginning of the AIDS epidemic, mainly in developing countries, where the frequency of pregnancy among them is also elevated. The development of strategies for vertical transmission avoidance has enhanced the number of uninfected neonates born from infected mothers. The objective of the present study was to evaluate, in vivo and in vitro, the cytokine profile of uninfected neonates born from pregnant women infected with HIV-1.The results demonstrated high levels of proinflammatory cytokines related to Th17 phenotype associated with low IL-10 production, in plasma as well as in culture supernatants of activated T cells obtained from umbilical cord blood of neonates born from mothers infected with HIV -1 with plasma viral load (PVL) detectable.Interestingly, a similar pro-inflammatory cytokine profile was observed in peripheral blood samples from their respective mothers.On the other hand, high levels of IL-10 associated to reduced production of inflammatory cytokines were measured in blood and in the supernatants of activated T cells culturesfrom women that controlled the PVL, as well as their neonates.Regarding the phenotypic profile of pregnant women infected of HIV-1, the main T lymphocyte subset involved in producing IL-10 was CD4+Foxp3-. Interestingly, the in vitro HIV-1 replication was lower in cell cultures from pregnant patients, and it was related to the inhibitory effects of IL-10 on the production of TNF-α. Finally, ART-in utero-exposed neonates showed to be born with lower weight, and it was inversely correlated with maternal peripheral TNF-α level. In conclusion, the results suggest that pregnant women that are able to control the PVL, and the increment in the production of IL-10 may favor maternal Tr-1 cell expansion, which could help to reduce the risk of vertical transmission of HIV-1 by reducing the rate of viral replication.However, other results also presented here, although preliminary, have revealed adverse effects of viral replication, as well as the use of ART by pregnant women infected with HIV-1 in the development of functional T cells from uninfected newborns.These data may help to explain why some of these children have elevated risk of clinical morbidity and mortality due to a baseline state of pathological hypersensitivity.

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Idioma(s)

pt

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Tipo

Eletronic Thesis or Dissertation

Tese ou Dissertação Eletrônica