Vinde a mim as criancinhas: histórias, memórias e leituras de um tempo presente da saúde mental infanto-juvenil

O presente trabalho toma como reflexão a saúde mental com crianças e adolescentes, estabelecendo como ponto de partida experiências vividas pelo autor como psicólogo desta área. Usa a memória e o biográfico como lugar potente para a reflexão historiográfica e um campo de composições entre forças passadas e o presente. Seguindo os rastros da Reforma Psiquiátrica brasileira e seu cenário dos anos 70 e 80, a tese mostra em alguns fragmentos históricos, o nascimento de uma psiquiatrização e psicologização da infância, ao mesmo tempo em que trata infância e loucura como objetos históricos a partir da presença de Michel Foucault e Philippe Àries no cenário da historiografia. Realça o fato de apesar de crianças e jovens terem ficado longe da agenda da Reforma Psiquiátrica brasileira, isto não significou ausência de movimentações sociais nos anos 70/80, trazendo outras cenas de militância para este público. No decorrer do estudo, discute a saúde mental e sua interface com a justiça e a educação, bem como mostra o avanço das teses cerebrais sobre a criança e os adolescentes. Ao final, o autor discute e estabelece uma reflexão dos espaços de intervenção criados no campo da saúde mental infanto-juvenil, a partir das noções de território, dispositivo, rizoma, clínica e política.

This paper takes as a reflection on mental health with children and adolescents, establishing as a starting point experiences of the author as a psychologist in the area. Uses memory and biography as potent place for historiography reflection and as a field of compositions between past and present. Following the tracks of the Brazilian Psychiatric Reform and its setting of 70 and 80 years, the thesis shows some historical fragments, the birth of a psychiatrization and psychologizing of childhood, at the same time it describes childhood and madness as historical objects from the presence Michel Foucault and Philippe Aries on the stage of history. Highlights the fact that although children and adolescent have stayed away from the agenda of the Brazilian Psychiatric Reform, this did not mean the absence of social movements in the years 70/90, bringing other scenes of activism for this audience. During the study, discusses mental health and its interface with the justice and education, and shows the progress of cerebral thesis on children and adolescents. Finally, the author discusses and provides a reflection of the spots where created in the field of mental health for children and youth, from the notions of territory, device, rhizome, practice and politics.