Repercussões de variantes genéticas em componentes do sistema endocanabinoide e no receptor PPAR-α sobre o perfil de risco cardiometabólico, adipocitocinas e níveis plasmáticos de endocanabinoides em indivíduos com diferentes graus de adiposidade


Autoria(s): Cyro José de Moraes Martins
Contribuinte(s)

Márcia Mattos Gonçalves Pimentel

Emílio Antonio Francischetti

Virgínia Genelhu de Abreu

Alex Christian Manhães

Walmir Ferreira Coutinho

Pedro Hernan Cabello Acero

Data(s)

30/07/2013

Resumo

Analisar a associação recíproca entre fatores de risco cardiometabólico, níveis de adipocitocinas (leptina e adiponectina de alto peso molecular), endocanabinoides (anandamida [AEA] e 2-araquidonoilglicerol [2-AG]), compostos canabimiméticos (N-oleoiletanolamina [OEA] e N-palmitoiletanolamina [PEA]) e polimorfismos em genes codificadores de componentes do sistema endocanabinoide (enzima de degradação de endocanabinoides FAAH [gene FAAH] e receptor endocanabinoide CB1 [gene CNR1]) e do receptor PPAR-α [gene PPARA], em indivíduos com diferentes graus de adiposidade. Duzentos indivíduos, entre 18 e 60 anos, com diferentes graus de índice de massa corporal (IMC) compuseram a amostra, dividida em dois grupos: cem eutróficos (IMC < 25 kg/m2) e 100 obesos (IMC ≥ 30 kg/m2), com 50 homens e 50 mulheres em cada grupo. Os obesos ficaram assim distribuídos: grau 1, com IMC < 35 kg/m2 (n=54), 27 homens e 27 mulheres; grau 2, com IMC < 40 kg/m2 (n=32), 16 homens e 16 mulheres e grau 3, com IMC ≥ 40 kg/m2 (n=14), 7 homens e 7 mulheres. Todos os indivíduos foram recrutados entre funcionários, estudantes e residentes do Hospital Universitário Pedro Ernesto, bem como voluntários do quadro da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro e selecionados com base em amostra de conveniência. Todos foram avaliados por parâmetros antropométricos, determinação da pressão arterial, análises laboratoriais e genotipagem, para determinar seu perfil metabólico, níveis de endocanabinoides e adipocitocinas e rastreamento dos polimorfismos FAAH 385C>A, CNR1 3813A>G e PPARA 484C>G. Foram excluídos do estudo aqueles com história de comorbidades crônicas, doenças inflamatórias agudas, dependência de drogas de qualquer natureza e em uso de medicação nos dez dias anteriores à entrada no estudo. A atividade inflamatória, avaliada pela proteína C reativa ultrassensível (PCRUS), acompanhou o grau de resistência insulínica. Os níveis de PEA se associaram negativamente com a adiposidade visceral e resistência insulínica, sugerindo um melhor perfil metabólico, enquanto que os níveis de 2-AG se associaram positivamente com a PCRUS, apontando para piora nesse perfil. Os polimorfismos estudados não se associaram com o fenótipo obeso ou insulinorresistente. A presença do alelo 3813G no gene CNR1 mostrou associação independente com níveis reduzidos de adiponectina em obesos, sugerindo pior perfil metabólico nesse grupo. A presença do alelo 484G no gene PPARA, associando-se com níveis mais elevados de IMC e LDL-colesterol nos eutróficos pode indicar maior predisposição desses indivíduos para o desenvolvimento de obesidade e dislipidemia aterosclerótica. O genótipo homozigoto AA na posição 385 do gene FAAH e os níveis de PCRUS foram as principais associações, diretas e independentes, com os níveis de AEA, indicando claramente disfunção da enzima de degradação da AEA e, possivelmente, contribuindo para um perfil cardiometabólico mais vulnerável em portadores dessa variante genética.

To analyze the reciprocal association of cardiometabolic risk factors, levels of adipocytokines (leptin and high molecular weight adiponectin), endocannabinoids (anandamide [AEA] and 2-arachidonoylglycerol [2-AG]), cannabimimetic compounds (N-oleoylethanolamine [OEA] and N-palmitoylethanolamine [PEA]) and polymorphisms in genes encoding components of the endocannabinoid system (endocannabinoid degradation enzyme FAAH [FAAH gene] and endocannabinoid receptor CB1 [CNR1 gene]) and the PPAR-α receptor (PPARA gene) in subjects with varying degrees of adiposity. Two hundred individuals between 18 and 60 years with varying degrees of body mass index (BMI) comprised the sample, divided in two groups: one hundred eutrophic (BMI < 25 kg/m2) and 100 obese (BMI ≥ 30 kg/m2), 50 men and 50 women per group. The obese were distributed as follows: grade 1, with BMI < 35 kg/m2 (n = 54), 27 men and 27 women; grade 2, with BMI between ≥ 35 and < 40 kg/m2 (n = 32), 16 men and 16 women and grade 3, with BMI ≥ 40 kg/m2 (n = 14), 7 men and 7 women. All subjects were recruited from staff, students and residents of Pedro Ernesto University Hospital, as well as volunteers from Military Police of Rio de Janeiro State and selected based on a convenience sample. All were evaluated by anthropometric parameters, blood pressure determination, laboratory analysis and genotyping, to determine their metabolic profile, endocannabinoid and adipocytokine levels and investigate the polymorphisms FAAH 385C>A, CNR1 3813G>A and PPARA 484C>G. Those with a history of chronic comorbidities, acute inflammatory diseases, drug addiction of any kind and on medication in the ten days prior to study entry were withdrawn from the study. The inflammatory activity as assessed by high sensitive C reactive protein (hsCRP), accompanied the degree of insulin resistance. The levels of PEA negatively associated with visceral adiposity and insulin resistance, suggesting a better metabolic profile, whereas 2-AG levels were positively associated with hsCRP, pointing to a worse metabolic profile. The polymorphisms studied were not associated with the obese or insulin resistant phenotype. The presence of the allele 3813G in the CNR1 gene was independently associated with reduced levels of adiponectin in obese patients, suggesting a worse metabolic profile in this group. The presence of the allele 484G in the PPARA gene associating with higher levels of BMI and LDL-cholesterol in eutrophics may indicate a predisposition for the development of obesity and atherosclerotic dyslipidemia in these individuals. The homozygous genotype AA in position 385 of the FAAH gene, along with levels of hsCRP, were the main direct and independent associations with AEA levels, clearly indicating dysfunction of the degradation enzyme of AEA and possibly contributing to a more vulnerable cardiometabolic profile in individuals with this variant genotype.

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Identificador

http://www.bdtd.uerj.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=6016

Idioma(s)

pt

Publicador

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Palavras-Chave #Fatores de risco - Teses #Polimorfismo genético #Sistema endocanabinoide #MEDICINA #Adipocitocinas #Polimorfismos genéticos #Fatores de risco cardiometabólico #Endocannabinoid system #Adipocytokines #Genetic polymorphisms #Cardiometabolic risk factors #Endocanabinoides
Tipo

Eletronic Thesis or Dissertation

Tese ou Dissertação Eletrônica