Estresse no trabalho e lesões por esforços repetitivos (LER) em servidores públicos de uma Universidade no Estado do Rio de Janeiro: Estudo Pró-Saúde


Autoria(s): Marcelle Drumond Piazi
Contribuinte(s)

Gulnar Azevedo e Silva Mendonça

Márcia Guimarães de Mello Alves

Washington Leite Junger

Claudia de Souza Lopes

Data(s)

04/05/2012

Resumo

O presente estudo avalia a associação entre estresse no trabalho e auto-relato de diagnóstico médico de lesão por esforço repetitivo (LER). Trata-se de um estudo seccional, inserido no Estudo Pró-Saúde, que consiste no acompanhamento de uma coorte de funcionários técnico-administrativos de uma universidade no Estado do Rio de Janeiro. Os dados foram obtidos, no ano de 2001, a partir da aplicação de um questionário auto-preenchível. A população de estudo constou de 3.314 funcionários, dentre os quais, 485 apresentaram auto-relato de diagnóstico médico de LER, após sua admissão como funcionários da universidade. A prevalência de LER foi maior entre as mulheres (19,4%) do que entre os homens (8,8%). O estresse no trabalho foi avaliado através da versão reduzida do Job Content Questionnaire, desenvolvido por Karasek e Theorell, cujas questões se destinam a avaliar a demanda psicológica, o controle sobre o próprio trabalho e, o apoio social no trabalho. A análise do estresse no trabalho foi realizada de acordo com os quadrantes propostos por Karasek (1979): baixa exigência (baixa demanda e alto controle); trabalho passivo (baixa demanda e baixo controle); alta exigência (alta demanda e baixo controle) e; trabalho ativo (alta demanda e alto controle). Nesta análise, utilizou-se como categoria de referência, a baixa exigência, por compor um cenário ideal de trabalho. Após ajuste por variáveis socioeconômicas e demográficas (idade, escolaridade e renda familiar per capita) e, ocupacionais (anos de trabalho na universidade e ocupação), homens e mulheres com alta exigência no trabalho, apresentaram uma chance maior de serem acometidos por LER (homens: OR= 1,88; IC95% 1,07-3,29 e mulheres: OR= 1,90; IC95% 1,32-2,02). No ajuste adicional pelo apoio social no trabalho, houve redução da força da associação, para ambos os sexos. Para as mulheres com alta exigência no trabalho, esta associação manteve-se significativa (OR= 1,63; IC95%= 1,12-2,37); enquanto que para os homens, esta associação ficou marginalmente significante (OR= 1,62; IC95%= 0,91-2,87). Este estudo reforça que o desequilíbrio entre a demanda psicológica no trabalho e o controle sobre o próprio trabalho é importante na ocorrência de LER e, portanto, pode ser útil na elaboração de medidas preventivas desse crescente problema de sáude pública. Espera-se que as hipóteses geradas neste estudo possam ser testadas em novas investigações que incorporem o desenho longitudinal, como o Estudo Pró-Saúde, no qual este se insere.

The study evaluates the association between job strain and self-reported medical diagnosis of repetitive strain injury (RSI). This is a cross-sectional study, included in the Pro-Saude Study, which consists of tracking a cohort of technical and administrative employees of a university in the State of Rio de Janeiro. The data were obtained in 2001 from the application of a self-administered questionnaire. The study population consisted of 3314 employees, among which 485 were self-reported medical diagnosis of RSI, after this admission to university. The prevalence of RSI was higther among women (19.4%) than amog men (8.8%). Job strain was assessed by the shortened version of Job Content Questionnaire, developed by Karasek and Theorell, whose questions are intended to assess the psychological demands, control over work, and social support. The analysis of job strain was performed according to the quadrants proposed by Karasek (1979): low strain (low demand and high control), passive job (low demand and low control), high strain (high demand and low control) and, active job (high demand and high control). In this analysis, was used as the reference category, the low strain, an ideal setting for composing work. After adjusting for socioeconomic and demographic variables (age, education and family income per capita) and occupational (years work and occupation), men and women with high demands at work were more likely to be affected by RSI (men : OR = 1.88, 95% CI 1.07; 3.29 and women: OR = 1.90, 95% CI 1.32; 2.02). In additional adjustment for social support at work, a reduction in strength of association for both sexes was founded. For women at high strain at work, this association remained significant (OR = 1.63, 95% CI 1.12 to 2.37), while for men, this association was marginally significant (OR = 1, 62, 95% CI 0.91 to 2.87). This study reinforces that the imbalance between job psycological demands and job control is important in the occurrence of RSI and therefore may be useful in developing preventive measures of this growing problem of public health. It is expected that the hypoteses generated in this study can be tested in further investigations that include the longitudinal design, as the Pro-Saude Study, in which it falls.

Formato

PDF

Identificador

http://www.bdtd.uerj.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=3990

Idioma(s)

pt

Publicador

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ

Direitos

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Palavras-Chave #Estresse no trabalho #Lesões por esforços repetitivos #Alta exigência no trabalho #Apoio social no trabalho #Job strain #Repetitive strain injuries #High strain at work #Social suppot at work #EPIDEMIOLOGIA
Tipo

Eletronic Thesis or Dissertation

Tese ou Dissertação Eletrônica