Impacto da exposição fetal ao HIV-1 na função das células T e das células dendríticas de neonatos não infectados


Autoria(s): Juliana do Outeiro Santos
Contribuinte(s)

Cleonice Alves de Melo Bento

Raphael Hirata Júnior

Carmem Soares de Meirelles Saramago

Vera Carolina Bordallo Bittencourt

Arnaldo Vieira da Rocha Filho

Data(s)

23/08/2010

Resumo

A síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), causada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), é uma das epidemias mais impactantes do milênio e, desde o início, o número de mulheres jovens infectadas vem aumentando vertiginosamente, principalmente nos países em desenvolvimento onde muitas destas engravidam precocemente. Apesar da grande maioria dos casos de AIDS pediátrico no mundo resultar da transmissão vertical, aproximadamente dois terços dos neonatos expostos ao HIV durante a vida fetal não são contaminados. Neste sentido, seguindo as recomendações do consenso brasileiro (Ministério da Saúde), toda criança cuja transmissão vertical tenha sido descartada laboratorialmente não necessita de acompanhamento ambulatorial particularizado. Entretanto, resultados anteriores obtidos pelo nosso grupo demonstraram que, gestantes infectadas pelo HIV-1 que não controlam a carga viral plasmática (CVP), apresentam níveis elevados de citocinas inflamatórias e, no presente estudo, resultados revelam que neonatos não-infectados nascidos dessas gestantes apresentam anormalidades imunofuncionais no compartimento das células T do cordão umbilical quando expostos in vitro a ativadores policlonais, mas não aos antígenos do HIV-1. Ademais, quando comparada a neonatos não expostos, a ativação in vitro das células T de neonatos expostos ao HIV-1 com anti-CD3/anti-CD28 induziu a produção de níveis elevados de IL-17 e reduzidos de IL-10. Interessantemente, essa tendência das células T em secretar IL-17 parece estar relacionada à liberação de níveis elevados de IL-23 pelas células dendríticas derivadas de monócitos do sangue do cordão umbilical estimuladas com lipopolissacarídeo bacteriano. Uma ausência de sensibilização uterina aos antígenos do HIV-1 sugere que essas alterações possam traduzir um efeito adverso da produção elevada de citocinas inflamatórias maternas sobre o sistema imune do neonato, o que pode desequilibrar os eventos envolvidos na maturação e homeostasia imune fetal e neonatal, favorecendo o predomínio de fenótipos Th anômalos, tal como Th17. Essa hiper-responsividade das células Th17 pode vir a comprometer não apenas a capacidade da criança em responder de forma adequada a diferentes estímulos antigênicos ao longo de sua vida, como também pode torná-la mais suscetível a desordens imunomediadas

The acquired immunodeficiency syndrome (AIDS), caused by human immunodeficiency virus (HIV), is one of the most impelling epidemic in the world, and the HIV-infection in young women has been increasing fast in the recent times, mainly in developing countries where most of them become pregnant precociously. Although the great majority of the pediatric AIDS cases all over the world results from vertical transmission, approximately, two thirds of the children exposed to HIV during fetal life are not contaminated. In this context, following brazilian consensus recommendations (Health Ministry), every child whom vertical transmission had been laboratorialy discarded does not need a specific ambulatorial follow up. However, our previous results demonstrated that HIV-1-infected pregnant women who did not control their plasma viral load presented elevated levels of inflammatory cytokines, and in the present study our results revealed that non-infected neonates, born from these pregnant women display immune functional abnormalities in umbilical cord T cells compartment when exposed in vitro to policlonal activators, but not to HIV-1 antigens. Furthermore, when compared to non-exposed neonates, T cell in vitro activation with anti-CD3/anti-CD28 from neonates exposed to HIV-1 induced production of high IL-17 levels and decreased of IL-10. Interestingly, this T cell bias in secreting IL-17 seem to be related to liberation of high IL-23 levels by dendritic cells derived from umbilical cord blood monocytes following stimulation with bacterial lipopolysacharide (LPS). The lack of uterine sensitization to HIV-1 antigens suggests that, these alterations, may translate an adverse effect of a high level maternal inflammatory cytokines production on neonates immune system, which may unbalance events related to neonatal and fetal immune maturation and homeostasis, favoring Th anomalous phenotypes predominance, such as Th17. This Th17 hyper-responsiveness may then compromise not only the childs capacity to respond in an adequate way to different antigenic stimuli through life, as well as becoming them more susceptible to immune-mediated disorders

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PDF

Identificador

http://www.bdtd.uerj.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=3795

Idioma(s)

pt

Publicador

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ

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Palavras-Chave #HIV-1 #neonatos #células T #células dendríticas #Th17 #IL-10 #HIV-1 #neonates #T cells #dendritic cells #Th17 #IL-10 #MICROBIOLOGIA
Tipo

Eletronic Thesis or Dissertation

Tese ou Dissertação Eletrônica